Tendências pedagógicas do ensino de psicopatologia nos cursos de graduação em psicologia

Conrado Neves Sathler, Catia Paranhos Martins, Elenita Sureke Abílio

Resumo


Contextualização: Os cursos brasileiros de Psicologia iniciaram suas atividades em 1953 e somente após dez anos regulamentou-se a profissão com a fixação de um currículo mínimo na formação. Portanto, são mais de 50 anos de ensino e algumas marcas podem ser notadas. Alterações foram necessárias do início direcionado à formação clínica individual até a
atuação nos equipamentos da Reforma Psiquiátrica. Objetiva-se discutir essas alterações por meio de relato e análise dos percursos dos autores. Descrição da experiência: Os autores são professores de Psicologia cujas formações ocorreram de 1983 a 2002 em instituições paulistas e paranaense. Investem em práticas docentes que atendem às demandas atuais da profissão. Neste relato são problematizadas suas próprias formações e experiências docentes e a pedagogia crítica foi o referencial desta análise. Os projetos de 10 cursos disponíveis pela internet, seus apontamentos estudantis e gestos de compartilhar as memórias da graduação compuseram o corpus. Resultados e Impactos: A concepção do processo histórico do ensino de Psicopatologia, ora individual, ora classificatória e a demanda dos equipamentos da rede de saúde mental disputam sentidos na formação dos psicólogos. Considerações finais: Em alinhamento às Diretrizes Curriculares Nacionais, a proposta do quadrilátero da formação é um princípio pedagógico fundamental para fortalecer o compromisso ético profissional frente às demandas do SUS.


Palavras-chave


Educação superior. Psicologia social. Psicopatologia. Saúde mental. Saúde pública.

Texto completo:

PDF

Referências


Brasil. Decreto n. 53.464 de 21-01-1964 Regulamenta a Lei n. 4.119, de agosto de 1962, que dispõe sobre a Profissão de Psicólogo. Diário Oficial da União [Internet]. Brasília, DF, 24 jan. 1964 [citado em 2017 Jul. 11]. Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/decreto_1964_53464.pdf

Cunha MV. A educação no período Kubitschek: os centros de pesquisas do INEP. Rev Bras Estud Pedagogicos. 1991;72(171):175-95. http://dx.doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.72i171.1294.

Cunha LEF, Alves, TKC. Os acordos Mec-Usaid e seu impacto no sistema de ensino superior brasileiro. In: Anais da XII HISTEDBR e X Seminário de Dezembro [Internet]; 2007 Dez 2-4; Caxias, BR. Caxias (MA): UNICAMP; 2014 [citado em 2017 Jul 5]. p. 1-13. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada12/artigos/2/artigo_eixo2_81_1410814891.pdf

Firmino H. Nos porões da loucura. 2ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Codecri; 1982.

Arbex D. Holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil. São Paulo (SP): Geração Editorial; 2013.

Amarante P. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2007.

Hirye HMCM. (Orgs.). Práticas alternativas: campo da psicologia? São Paulo (SP): Express; 1998.

Huning S, Silva AK, Silva WVN, Lessa FMS. Formação para o SUS nos cursos de psicologia em Alagoas. Psicol Estud. [Internet]. 2013 Mar [citado em 2015 Out 11];18(1):157-67. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.

php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722013000100016&lng=pt&nrm=iso

Ceccim RB, Ferla AA. Educação e saúde: ensino e cidadania como travessia de fronteiras. Trab Educ Saúde. 2008;6(6):443-56. http://dx.doi.org/10.1590/S1981-77462008000300003.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde. Departamento de Gestão na Saúde. Políticas de Formação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde [Internet]. Brasília (BR): Ministério da Saúde (BR); 2003 [citado em 2015 Out 11]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pol_formacao_desenv.pdf

Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução nº 8, de 7 de maio de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 18 maio 2004 [citado em 2017 Jul 13]; Seção 1. p. 16. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces08_04.pdf

Paula HF, Moreira AF. Atividade, ação mediada e avaliação escolar. Educ Rev. 2014;30(1):17-36. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-46982014000100002.

Campos GWS. Saúde Paideia. São Paulo (SP): Hucitec: 2003.

Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. PHYSIS: Rev Saúde Coletiva [Internet]. 2004 [citado em 2017 Jul 10];14(1):41-65. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n1/v14n1a04.pdf

Fonte EMM. Da institucionalização da loucura à reforma psiquiátrica: as sete vidas da agenda pública em saúde mental no Brasil. Estudos de Sociologia [Internet]. 2012 [citado em 2017 Jul 13];1(18). Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/article/view/60/48




DOI: https://doi.org/10.4322/ijhe.v2i1.286

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


IJHE é uma Publicação do Programa de Pós-Graduação Ensino em Saúde na Amazônia, Belém, Pará, Brasil