Vulnerabilidades de mulheres quilombolas no interior da Amazônia às infecções sexualmente transmissíveis: um relato de experiência

Veridiana Barreto do Nascimento, Nádia Vicência do Nascimento Martins, Suely Itsuko Ciosak, Lúcia Yasuko Izumi Nichiata, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Luana Almeida dos Santos

Resumo


Contextualização: Relato de experiência derivado de uma prática vivenciada por docentes e discentes durante o período de coleta de dados de uma pesquisa de mestrado intitulada “Vulnerabilidades de mulheres quilombolas do rio Trombetas às IST/HIV/aids”, no município de Oriximiná, Estado do Pará. Levando em consideração as necessidades em saúde as mulheres quilombolas, buscou-se como objetivo identificar as vulnerabilidades de mulheres quilombolas às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Descrição da experiência: Em outubro de 2016, uma equipe composta por docentes e discentes do curso de Enfermagem embarcou em uma viagem rumo às comunidades quilombolas, situadas nas encostas do Rio Trombetas. Durante as atividades de promoção de saúde desenvolvidas por meio de metodologias
ativas de educação para 121 mulheres quilombolas, foram evidenciadas as fragilidades no conhecimento de mulheres quilombolas frente à prevenção das IST/HIV/aids, sendo potencializadas pela deficiência nos serviços e ações em saúde ofertados as comunidades.
A experiência oportunizou um cenário de prática aos discentes do curso de Enfermagem, com uma aprendizagem voltada à realidade e humanização do cuidado, o que permitiu a troca de conhecimentos e orientações acerca de IST. Portanto, se pode inferir que, as mulheres quilombolas estão expostas nas três dimensões de vulnerabilidade: individual, social e programática quando se refere as IST/HIV/aids. Considerações finais: Apresentar ao acadêmico de Enfermagem a realidade de populações tradicionais amazônicas, possibilitou o conhecimento da situação de saúde e educação de populações tradicionais da Amazônia, levando ao crescimento pessoal e acadêmico, aguçando no futuro profissional, uma visão crítica e reflexiva para mudança do cenário atual da Saúde Coletiva Brasileira, favorecendo a efetivação dos serviços e ações em saúde nas comunidades por meio de Políticas Públicas.


Palavras-chave


Atenção básica. Enfermagem. Infecções sexualmente transmissíveis. Saúde da mulher. População negra.

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DOI: https://doi.org/10.4322/ijhe.v2i1.287

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IJHE é uma Publicação do Programa de Pós-Graduação Ensino em Saúde na Amazônia, Belém, Pará, Brasil