Discutindo cuidados paliativos na graduação em medicina: relato de experiência

Mário Roberto Tavares Cardoso de Albuque, Nara Macedo Botelho, José Antonio Cordero da Silva

Resumo


Contextualização: A Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que apenas 14% dos pacientes em todo o mundo que necessitam de cuidados paliativos recebem este tipo de atenção. Os cuidados paliativos devem ser responsabilidade de uma equipe multidisciplinar, que irão unir seus conhecimentos, atuando para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Descrição da experiência: Foi ministrada uma aula na graduação em medicina, utilizando metodologia ativa de aprendizagem com minigrupos, cujo tema era cuidados paliativos. Essa atividade tinha como objetivos: compreender os principais conceitos referentes à temática, identificar o conhecimento prévio dos alunos sobre os temas e analisar a discussão prévia do tema na graduação. Ao analisar o conhecimento prévio dos discentes acerca dos cuidados paliativos se pode observar que a maioria (78%) apresentava algum domínio sobre o assunto. Quando perguntados se já haviam discutido cuidados paliativos na graduação somente 2 alunos (11%) referiram terem realizado atividades educacionais nessa área no âmbito da universidade. Considerações finais: As reflexões oriundas deste relato de experiência podem contribuir para a formação ética dos estudantes de Medicina e, dessa forma, melhorar o atendimento ao paciente, o que implica promover seu acompanhamento psicossocial e apoiá-lo quando se encontra internado, conduta que também se estende a todos os familiares envolvidos nas situações vivenciadas por um doente em estado terminal. Este relato de experiência demonstrou que é possível realizar atividades educacionais sobre a morte com discentes no início da graduação e assim prepará-los para situações que inevitavelmente serão evidenciadas nos espaços de prática do curso de medicina.

Palavras-chave


Cuidados paliativos. Educação médica. Aprendizagem ativa

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DOI: https://doi.org/10.4322/ijhe.v5i1.398

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